Ofélia Libório Educadora de Infância São vários os efeitos nefastos nas crianças, resultantes das medidas de confinamento. A minha experiência pessoal, como educadora, permite-me afirmar que a extensão dos problemas se agudizou com o segundo confinamento. Através das experiências de E@D que realizei foi possível constatar que muitas crianças desenvolveram inseguranças exageradas. Têm, por exemplo, muito presente o medo de perder familiares e amigos. Também foi possível observar que muitas crianças passaram muito tempo sozinhas, demasiado, na companhia da televisão ou da consola de jogos, enquanto os adultos cuidadores estavam em teletrabalho ou apoiavam irmãos mais velhos. Muitas crianças ficaram muito tempo fechadas nas suas habitações, sem possibilidade de brincar ao ar livre e de realizar as atividades motoras que a sua condição de desenvolvimento exige. Por essa razão, tentámos, no meu agrupamento de escolas, lançar desafios educativos às famílias que implicassem p
E se estes tempos que atualmente testemunhamos fossem não apenas tempos de dúvida e insegurança, mas também de sensatez e proatividade? Foi nisso que o grupo de profissionais de educação que se tem juntado numa comunidade que se auto-intitulou "Envolve-te" pensou quando decidiu organizar um espaço (blogue) que, de alguma forma, mediasse o tempo de espera a que todos nos devemos obrigar.